quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Casarão da Vila Paricatuba

Ruínas de Paricatuba





Antigo prédio de hospédaria para emigrantes espanhóis hoje totalmente abandonado, constituido apenas pelas raízes da natureza.

Em frente ao prédio secular, invadido pelos braços de Apuizeiros, é difícil imaginar que, em 1889 ele era modelo de sofisticação arquitetônica. A então hospedaria para imigrantes italianos— vindos da Europa para trabalhar no estado — era rica em luxo e sofisticação.










Área interna do prédio abandonado.
Podemos presenciar muitas raizes de árvores, pelas paredes que registram marcas de um passado misterioso.


A estrutura de alvenaria foi construída com tijolos e vigas portugueses de alta durabilidade.Nem mesmo o tempo e a ação ambiental conseguiram rachar as estruturas do prédio que também funcionou como a sede do Liceu de Artes e Ofícios de Paricatuba, local onde os membros da comunidade aprenderam a lidar com as áreas de marcenaria, construção civil e artes.As janelas no estilo colonial foram depredadas. E, debaixo de centenas de folhas de árvores podemos descobrir, ainda, a singeleza dos azulejos franceses, trazidos na época do apogeu econômico do ciclo da borracha.










Corredor do prédio totalmente deteriorado pelas marcas que o tempo deixou. Podemos presenciar dentro destas portas o chão completamente destruido e algumas grades pelas paredes.


Imagen da construção do antigo prédio para hospedagem de emigrante espanhois.









História do Prédio

Há mais de um século, uma das mais suntuosas obras arquitetônicas construídas no Amazonas está à mercê da florestaBatizado como as Ruínas de Paricatuba (palavra que significa local de grande concentração de Paricás, erva alucinógica utilizada nos rituais indígenas), o prédio onde funcionou a cadeia pública do município de Iranduba( localizado a 25k de Manaus), a primeira escola técnica do Amazonas e, logo após, o internato para portadores de hanseníase do estado é marcado por uma história de abandono e depredação.Ao longo de anos, a distância dos grandes centros urbanos afastou, aos poucos, o interesse do poder público e, consequentemente, condenou o local ao esquecimento.Hoje, do prédio luxuoso e imponente, construído com materiais importados da Europa resta apenas a estrutura de alvenaria. Ela resiste em pé para dar provas de que faz parte da história do estado, apesar do descaso com o patrimônio público.“Para forçar as pessoas a saírem daqui eles começaram a depredar o prédio. Eles começaram cortando a água, tiraram os suprimentos, destruíram o telhado, tiraram as calhas e estimulavam que esse material fosse vendido. Existia aqui um troller que carregava os mantimentos que chegava na terra para vir para cá. O relato que a gente tem é que esse trailer foi martelado para impedir para chegar aqui. Ele foi levado para Manaus e como era muito ferro não pode ser vendido;. E, aí jogaram no rio Negro”, disse Rosângela Barbosa. Primeira Escola Técnica do Amazonas Considerada a primeira escola técnica do Amazonas, o Liceu de Artes e Ofícios de Paricatuba se tratava de uma escola profissionalizante voltada para formar crianças e principalmente órfãos e pobres.“Mas, essa formação coincide com a formação voltada para atividade agrícola. A escola tinha o objetivo de dar uma profissão para essas crianças. Pensava-se também que através da escola de Paricatuba se formaria profissionais preparados e específicos para esse tipo de atividade, com formação de mão-de-obra própria da região”